O Amor que Acolhe
Qual é a real extensão do Amor? Será que ele tem capacidade de acolher o fruto de outro? Será tão generoso para vencer o ego, a vaidade e o egoísmo? Pode o Amor ser tão abrangente e profundo a ponto de transformar a decepção em aceitação, o estranhamento em aproximação?
O desafio da face do Amor que falamos hoje é a oportunidade de amar por inteiro e não pela metade. Por que digo isso? Na atual sociedade verificamos novos modelos familiares. Após uma união breve ou mal sucedida, as pessoas voltam a tentar um novo compromisso, só que trazem consigo além da experiência, frutos, ou seja, filhos deste antigo relacionamento.
Com uma bagagem assim, como proceder para promover a felicidade desta nova família?
Conscientemente ou não, a rejeição inicial por parte da outra pessoa é o ego ferido que não aceita criar, alimentar, ensinar e principalmente amar uma parte viva do relacionamento da pessoa amada com outro.
O maior desafio é olhar estes filhos, enxergar a parte do amado que está com você e aprender a desenvolver a identificação, a confiança e conquistar a reciprocidade.
Deixar de lado a decepção de não ter sido o(a) primeiro(a) na vida do cônjuge e sim trabalhar para ser o(a) último(a).
Criar um elo de amor que não depende de DNA humano mas sim do DNA de Cristo.
Deus é Amor e fortalece laços mais do que o sangue.
José sofreu na pele um caso interessante de aceitação.
Quando estava para se casar com Maria, soube dos lábios de sua noiva que ela estava grávida. A decepção foi tão grande que José não conseguia seguir adiante com o compromisso, porém, como amava sua noiva, temia por sua vida. Sabia ele que pelas leis, a mulher acusada de adultério seria apedrejada até a morte, seria este o caso de Maria, se descobrissem sua gravidez. Ele então pensou em abandoná-la secretamente. Foi neste momento que Deus interveio e enviou o anjo Gabriel para esclarecer para José as circunstâncias especiais daquela gravidez e que Maria foi escolhida para se cumprir a profecia de Isaías 7:14. José recebeu Maria como esposa e respeitou sua gravidez, não a conheceu como mulher até que ela desse a luz.
Esposo compreensivo, paciente e responsável, cuidou de Maria e procurou ser para Jesus o padrasto dedicado e exemplar. Deu mais do que o seu sobrenome, ensinou valores, a fé e uma profissão.
Mas vale a pena ressaltar que José e Maria se amaram e desse relacionamento nasceram filhos que ampliaram a família. Conforme Lucas 8:19.
E nem por isso, José agiu de forma diferente.
O amor que acolhe, ama por inteiro e não pela metade.
Ama de forma integral e não com exceções.
Ama de verdade e não com hipocrisia.
Aceita e recebe com o coração e não apenas com os lábios.
Vai além da tolerância, cria uma verdadeira e saudável convivência.
Ao abrirmos os braços e a alma para receber a pessoa amada escolhemos conscientemente acolher, entender e partilhar este amor com aqueles que vierem juntamente. Não existem divisões. "Os meus e os seus" passam a somar e criam uma unidade chamada “nossa família”.
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